sábado, 14 de abril de 2018

170 DOMÍNIO ESPIRITUAL

170
DOMÍNIO ESPIRITUAL
“Não estou só, porque o Pai está comigo.” — Jesus. (JOÃO, capítulo
16, versículo 32.)
Nos transes aflitivos a criatura demonstra sempre onde se localizam as
forças exteriores que lhe subjugam a alma.
Nas grandes horas de testemunho, no sofrimento ou na morte, os
avarentos clamam pelas posses efêmeras, os arbitrários exigem a obediência
de que se julgam credores, os supersentimentalistas reclamam o objeto de
suas afeições.
Jesus, todavia, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostra-se
absoluto senhor de si mesmo, ensinando-nos a sublime identificação com os
propósitos do Pai, como o mais avançado recurso de domínio próprio.
Ligado naturalmente às mais diversas forças, no dia do Calvário não se
prendeu a nenhuma delas.
Atendia ao governo humano lealmente, mas Pilatos não o atemoriza.
Respeitava a lei de Moisés; entretanto, Caifás não o impressiona.
Amava enternecidamente os discípulos; contudo, as razões afetivas não
lhe dominam o coração.
Cultivava com admirável devotamento o seu trabalho de instruir e socorrer,
curar e consolar; no entanto, a possibilidade de permanecer não lhe seduz o
espírito.
O ato de Judas não lhe arranca maldições.
A ingratidão dos beneficiados não lhe provoca desespero.
O pranto das mulheres de Jerusalém não lhe entibia o ânimo firme.
O sarcasmo da multidão não lhe quebra o silêncio.
A cruz não lhe altera a serenidade.
Suspenso no madeiro, roga desculpas para a ignorância do povo.
Sua lição de domínio espiritual é profunda e imperecível. Revela a
necessidade de sermos “nós mesmos”, nos transes mais escabrosos da vida,
de consciência tranqüila elevada à Divina Justiça e de coração fiel dirigido pela
Divina Vontade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário